Esse espetáculo marcou o início da nossa carreira profissional. Foi um belo início!

O texto original de Miguel de Cervantes me fora apresentado no curso de Literatura
Dramática, da querida professora Célia Berrettini. Reunimos um grupo formidável
para esse espetáculo: além de Ana Maria Quintal, Sérgio Santiago e Boanerges
Ferreira, participavam Maria do Carmo Bauer, Jorge Julião, Fátima Toledo, Luiza
Jorge, Edgar Campos, Elaine Farhat e Renato Caldas. No decorrer dos ensaios
fazíamos improvisações a partir do texto de Cervantes, enquanto Sérgio e eu
anotávamos o que surgia para acrescentar ao texto, que estávamos preparando.
Hermelino Neder fez a música, Ricardo Dias desenhou os figurinos e o nosso
baú-cenário. A nossa temporada inicial foi no Teatro de Arena Eugênio Kusnet e,
pasmem, fazíamos apresentações de terça a domingo, sendo duas sessões no sábado
e duas no domingo. A crítica – sim, naquela época havia críticos teatrais de verdade
escrevendo nos principais órgãos de imprensa – foi muito simpática conosco. O
espetáculo me valeu uma indicação ao Prêmio Mambembe como Revelação de
Diretor, mas quem foi premiada – merecidamente – como Revelação de Atriz (pelo
mesmo trabalho) foi Luiza Jorge. Quanta gente boa foi revelada em Do Fundo do Baú!

Jamil Dias